05/03/2009

E a Indústria, como fica na era do Comércio Eletrônico?

A resposta não é assim tão simples! Porém, em nenhum outro momento da história das relações comerciais os papéis de indústria e varejo foram tão questionados. E o principal pivô desta possível quebra de paradigmas é o consumidor. Hoje as empresas, especialmente as indústrias, se deparam com um público muito mais informado e exigente em suas escolhas, em contrapartida encontram a concorrência cada vez mais acirrada e os canais de distribuição menos lucrativos.

Então, entender este novo consumidor e tomar sua atenção são os enormes desafios que as companhias, que almejam o sucesso nesta nova era digital devem ter. Cada vez mais os consumidores têm menos tempo e incentivo para absorver novas informações. Há décadas as disputas por market share passaram pelo que chamamos de share of wallet (percentual dos gastos) e share of mind (espaço na mente do consumidor), hoje as empresas lutam por algo cada vez mais escasso: o share of time. O que nada mais é que uma fração do raro tempo no dia-a-dia do consumidor. E como este tempo vale ouro.
Neste momento é que se mede a importância do contato direto entre indústria e seus clientes, quando até então os consumidores eram propriedade dos varejistas, e agora passam a ser compartilhados também pelos fabricantes. Empresas como Panasonic, Sony e Whirlpool (com suas marcas Brastemp e Consul) já desenvolveram através de seus próprios sites de comércio eletrônico um canal direto, e extremamente importante com seus públicos-alvo.
A venda de curto prazo pode ser apenas um detalhe para estas empresas, que têm ainda no canal um forte aliado. Mas aos poucos, com o fortalecimento da relação com os usuários de seus produtos, e iniciativas que aumentam a oferta de produtos, devido a exploração total do mix de produto muitas vezes ignorado pelo varejo, este pontos de venda digitais tornam-se mais forte.
Através das iniciativas de e-commerce a indústria pode, e deve, medir tendências e ouvir o consumidor. A interação se faz presente quando a troca de informações beneficia os dois lados, e tanto fabricantes como clientes se vêm participando de um mesmo processo de criação, onde o resultado final é o atendimento completo dos anseios das pessoas e aumento da lucratividade das empresas.
A Panasonic, por exemplo, utiliza-se do comércio eletrônico como canal exclusivo para algumas linhas Premium, além de oferecer acessórios e peças de reposição dificilmente encontradas no restante do mercado. Além disso, a companhia criou um canal de interação com seus diversos públicos, através do clube Panasonic inúmeras ações de interação são montadas, beneficiando os clientes e gerando feedback fundamental para a empresa.
Outro ponto importantíssimo é a possibilidade da personalização, o que aproxima o conceito da marca com a personalidade de seu público. A Brastemp, através de seu portal, permite que consumidores montem os produtos conforme sua vontade. Respeitando algumas regras, é possível customizar, cor, compartimento, materiais e acessórios na seção “Brastemp You”. O conceito de web 2.0 levado ao pé da letra.
Ainda é possível criar uma série de ferramentas que permitem com que a Indústria mensure a importância dos diferencias de seus produtos e marcas. Um site de e-Commerce pode se tornar um verdadeiro portal de relacionamento, com espaços para comunidades, opiniões dicas e sugestões, tudo alimentado pelo internauta, com toda a espontaneidade que as empresas sempre sonharam. Basta um pouco de criatividade e investimento neste canal que se fortalece a cada dia.